28/02/2010

TP 6 - COMENTÁRIO RESUMIDO SOBRE A UNIDADE 24 - SEÇÃO 3

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Fascículo / Tema: TP6 – Leitura e Processos de Escrita II
Atividade desenvolvida: Comentário de forma resumida a partir da Unidade 24 – Literatura para adolescentes – Seção 3 – Existem boas formas de explorar a literatura na escola? (p. 192 – 201)

“Ler é, sim, um esforço, e para valer a pena, é preciso que o desafio de ler tenha a ver com nossos interesses, com nossas questões ou necessidades maiores.” (GESTAR II, TP6, p. 193)

O objetivo da seção em tela possibilita refletir sobre como desenvolver atividades capazes de despertar o aluno para o prazer e o valor da literatura. Com vistas a uma reflexão mais aprofundada sobre a prática docente no trabalho específico com literatura em sala de aula é importante considerar que algumas atividades são caracterizadas como inadequadas tendo em vista uma possível constatação de que os alunos não leem verdadeiramente quando submetidos a práticas equivocadas, como:
• Exigir que todos leiam o livro, para, algumas semanas depois, avaliar a leitura na prova trimestral;
• Como elemento surpresa, pedir ao melhor aluno em leitura que leia em voz alta o texto para os colegas, em primeira mão;
• Aproveitar o texto para ajudar o aluno a conjugar adequadamente o imperativo, ou os tempos do pretérito dos verbos que aparecem no trecho;
• Aproveitar os títulos indicados para explicar aos alunos por que eles constituiriam a leitura obrigatória, ao longo do ano, por serem muito bons;
• Aproveitar os títulos para apresentar a biografia dos autores, enfatizando onde e quando nasceram.
Tais orientações visam evitar jogar a literatura para o campo instrucional porque pode tirar dele o poder de fantasia e do jogo, que alimentam uma outra parte importante de nossa vida.
É importante fazer a escolha dos títulos levando o livro para a turma e explorando a capa e principalmente o trocadilho do título do livro; aproveitar o título das obras para apresentar as personagens principais e o assunto de cada uma, para os alunos escolherem o que ler. Ao propor uma leitura literária, é fundamental que o literário seja o prioritário, e que o informativo emerja da construção artística, e não o contrário. Uma boa opção, que não fere as individualidades e pode tornar a leitura significativa, no tocante a escolha dos títulos, é apresentar aos alunos um número razoável de obras, com probabilidade de agradar a leitores com as características de sua turma. Inicialmente, um ponto importante é levar os livros para eles folhearem, lerem alguma coisa, verem as ilustrações, se houver. Apresentar um livro deve ir mais além: falar de cada livro com os alunos: das personagens, ou ler alguma cena engraçada ou de suspense, por exemplo; explorar a capa, o título, se forem especialmente provocativos; pode-se falar até do autor, se houver na vida dele um dado interessante para a turma. É importante que em cada obra seja possível encontrar um apelo especial, que deve ser aproveitado para apresentar à turma; mobilizar os alunos para a leitura de um dos livros, conforme interesse e o estágio de cada um, tornando assim, os motivos da escolha mais variados e legítimos.
Enquanto os alunos estão lendo é fundamental acompanhar o processo de leitura deles. É necessário que os alunos tenham momentos específicos de leitura em sala para explorar outras competências linguísticas: oralidade, produção escrita a partir dos livros lidos, assegurando que eles tenham um envolvimento positivo com a leitura. Esse envolvimento poderá possibilitar o desenvolvimento de outras experiências, como:

• Passar a história para quadrinhos;
• Dramatizar;
• Fazer uma pesquisa ou entrevista sobre uma questão do livro;
• Escrever ao autor;
• Comparar livros com outros livros, ou com um filme;
• Criar um conto;
• Narrar a história através de outra personagem, de outro ângulo, etc.

O contato constante com as obras literárias vai criando o interesse pela linguagem literária. Vê válido lembrar que, quanto mais novo for o leitor e quanto mais recente for o contato dos alunos com os livros, mais a exploração do livro deverá ser “informal”. Tudo ao seu tempo. Às vezes, percebe-se que os alunos precisam de mais tempo, mais aproximação do professor para com a turma, para descobrir o caminho secreto que os levará (professor e alunos) a trabalhar com os livros em sala de aula. O importante é não criar nos alunos aversões, para que o empenho do professor venha a frutificar, mesmo que mais tarde, mesmo que a essa altura eles nem sejam mais alunos da mesma turma.
No que se refere à avaliação com a literatura, observa-se que na Escola, ela é essencial ao processo de aprendizagem, e o professor não pode fugir à obrigação de avaliar. Nesse sentido, a avaliação deve ser processual. Na avaliação e leitura, menos do que “medir” o conhecimento dos alunos, ela deve ajudar o professor a ver com clareza se os objetivos estão sendo atingidos, se os métodos e estratégias estão aproximando os alunos da leitura. A avaliação é importante porque dá pistas para o redimensionamento dos trabalhos docentes, possibilitando enxergar não simplesmente as dificuldades dos alunos, mas também, as dificuldades do professor na busca de superar as dificuldades que se apresentam na rotina da sala de aula. Ela oportuniza também um olhar sobre a atuação do professor e das condições de leitura realizadas com os alunos. Essa avaliação deve ser explicitada sempre aos alunos, possibilitando assim uma auto-avaliação para perceber os pontos altos e os pontos baixos da atividade ou do desenvolvimento da leitura. Palavras como “Muito bem!” ou “Precisa melhorar” favorecerá o crescimento do grupo. Essa experiência com a literatura, avaliada do início ao fim, não deveria culminar na atribuição da nota, mas de opiniões significativas, enriquecedoras. Se, no entanto, houver uma absoluta necessidade administrativa de notas, o mais justo é a auto-avaliação do grupo ou do aluno, feito às claras, apoiada no comentário consequente da turma toda e do próprio aluno, como orientador de todo o processo.
Ao final de cada unidade é importante uma indicação de leitura para a realização de atividades em sala de aula: trabalhar com o livro “O diário da rua”, da escritora Esmeralda Ortiz, para compará-la com outras, como: “Pivete” (Henry Correa de Araújo); “Amarelinho” (Ganymedes José); “Pivete” (texto musical de Chico Buarque em parceria com Francis Hime) ou “O meu guri” (Chico Buarque).

Surubim – PE, 26 de fevereiro de 2010.


Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

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