23/03/2010

TP5 - 2º AAA

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AAA5 – TP5

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 5 – Estilo, Coerência e Coesão
Atividade desenvolvida: AAA5 - Unidade 17 – Estilística – Aula 3 – Página 22.
Turma onde a atividade foi realizada: EJA 4 – Turno: Noite
Período: 03 aulas
Dias: 11, 18 e 22 de março de 2010.

Realizei a atividade do AAA5, na turma da EJA 4, onde trabalhei Estilística a partir do poema sugerido na Aula 3 – página 22: “Sarita”. O objetivo da aula foi “Reconhecer os recursos expressivos ligados aos sons das palavras (nível fonético)”. Comecei a atividade convidando os alunos a pensarem em como seria SARITA. As hipóteses foram diversificadas. Eles sugeriram tratar-se de uma mulher: bonita, velha, jovem, diferente, entre outras, mas a maioria concordou tratar-se de uma mulher engraçada. Após as hipóteses, li o poema para os alunos ouvirem dando ênfase ao uso do “S”. No primeiro instante eles não compreenderam a breve história de “Sarita”. Decidi ler com mais calma possibilitando que uma boa parte da turma entendesse o perfil da personagem. Copiei o texto no quadro. Pedi que eles observassem as palavras que se iniciavam com a letra S e depois copiei a tabela pedindo que separassem os Nomes, Verbos e Adjetivos iniciados pela letra S. Naquele momento, percebi a dificuldade de uma boa parte dos alunos em diferenciar as classes de palavras solicitadas. De modo geral, expliquei que os nomes referem-se aos substantivos; os verbos às ações presentes no texto, e os adjetivos às características de Sarita. Constatei a necessidade de preparar aulas, em momentos posteriores, dando ênfase às três classes de palavras apresentadas. Pedi que os alunos não se preocupassem em compreender o conceito das três classes de palavras, pois o objetivo da aula não era o estudo das mesmas, e sim que eles reconhecessem o valor expressivo ligado ao som das palavras, a partir do texto poético “Sarita”. Solicitei que eles observassem qual era a letra que estava presente em praticamente todos os versos; qual seria a intenção da poetisa em dar ênfase a essa letra? ; Como seria realizar uma leitura do texto numa velocidade maior que a normal realizada em sala de aula? Qual o tempo máximo que gastaríamos para realizar a leitura de modo rápido pronunciando corretamente todas as palavras? A partir desses questionamentos a aula fluiu e todos queriam verificar se de forma conjunta realizariam uma leitura no menor tempo possível, agora, com o objetivo da aula alcançado. O resultado foi muito bom. Ao final, estávamos lendo o texto coletivamente em apenas 20 (vinte) segundos, cientes também de que o recurso utilizado – uso da letra S – na construção do poema serviu para dar melhor expressividade ao texto. O bom da atividade foi confirmar no sorriso de cada um a participação ativa na aula, aprendendo de forma lúdica. Na outra aula, resgatei os momentos do estudo anterior e pedi que os alunos formassem duplas para escolherem uma letra e tentar montar um poema similar ao poema “Sarita”, após eu explicar como deveriam proceder com base na página 23 do AAA5. Apesar das dificuldades, na aula seguinte eles conseguiram concluir a atividade solicitada. Observei que algumas duplas escreveram narrativas e outras poemas.
Apenas algumas duplas se sentiram à vontade para ler os textos em sala dando ênfase à pronúncia, ao ritmo e a brincadeira com os sons durante a leitura. A atividade possibilitou constatar que é possível aprender brincando desde que haja previamente um objetivo claro e planejado para aplicar na sala de aula.


Surubim – PE, 23 de março de 2010.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

22/03/2010

TP5 - 1º AAA

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AAA5 – TP5

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 5 – Estilo, Coerência e Coesão
Atividade desenvolvida: AAA5 - Unidade 17 – Estilística – Aula 6 – Página 29.
Turma onde a atividade foi realizada: EJA 3 – Turno: Noite
Período: 02 aulas
Dias: 18 e 22 de março de 2010.

Realizei a atividade numa turma da EJA 3 (5ª e 6ª séries) a partir do AAA5, Aula 6 – página 29. O objetivo inicial da aula foi “reconhecer os recursos expressivos relacionados à enunciação (situação e contexto sócio-histórico).” Iniciei a aula apresentando o roteiro, e com o apoio do AAA5 comecei a ler alguns provérbios para verificar se os alunos sabiam complementá-los. À medida que ia lendo os trechos notei que apenas os mais velhos sabiam complementar os enunciados. Parti dessa constatação para começar a explicar o que são provérbios e como eles se encaixam em nosso cotidiano. A mesma constatação fez com que eu alterasse o meu planejamento priorizando trabalhar a mensagem original dos provérbios em detrimento de estimular os alunos a colocar novos significados (pessimistas e desanimadores) nos mesmos, haja vista, que o melhor seria que o estudante se apropriasse pelo menos dos provérbios tradicionais, os quais eles não conheciam. Como complemento para a aula, levei também um suporte textual: “Novo Testamento, Salmos e Provérbios” (aqueles de cor azul, que são ofertados aos alunos e professores pelos Gideões Internacionais no Brasil), o qual contém Provérbios. Meu objetivo era explicar aos alunos que existem provérbios de origem popular, mas que também existem aqueles de origem bíblica. A diferença entre ambos se acentua na estrutura: os provérbios populares são curtos e os bíblicos mais extensos. Mesmo assim, ambos provocam o leitor a refletir a partir do cotidiano de cada ser humano. Dando sequência a aula, anotei no quadro apenas um advérbio de cada na ordem A a Z. Os alunos copiaram. Realizamos a leitura de todos eles de forma coletiva. E a partir das leituras fiz as explanações respeitando o nível de conhecimento do aluno, onde tentei aproximar cada provérbio da realidade dos estudantes. A atividade foi significativa. Pedi aos alunos que possuíssem o “Novo Testamento, Salmos e Provérbios” ou a Bíblia para trazer na próxima aula afim de que pudéssemos analisar alguns provérbios bíblicos oralmente. Na aula seguinte, realizamos uma roda de leitura de provérbios onde lemos e refletimos com base nos textos sugeridos. A aula também serviu para ensinar aos alunos como localizar Livro, Capítulo e Versículo dentro da Bíblia, haja vista, que muitos alunos – principalmente os de idade menor – não sabiam encontrar passagens bíblicas. Alguns alunos não trouxeram o suporte textual porque não possuíam em casa. Daí, tive o cuidado de levar alguns que havia disponíveis na Biblioteca da Escola. A aula superou o objetivo esperado, pois foi além do objetivo esperado, servindo também para trabalhar a religiosidade dos alunos.

Surubim – PE, 22 de março de 2010.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

10/03/2010

TP1 - AAA - 2ª ATIVIDADE

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AAA – TP1

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 1 – Linguagem e Cultura
Atividade desenvolvida: AAA - Unidade 01 – Variações Lingüísticas: Dialetos e Registros
Aula 2 – Página 18.
Turma onde a atividade foi realizada: EJA 3 – Turno: Noite
Período: 01 aula
Dias: 04 de março de 2010.

Realizei a atividade do AAA – TP 1 na turma da EJA 3, onde trabalhei Variações Lingüísticas a partir do texto sugerido na Aula 2 – página 18, “Código Civil amenizará diferenças de sexo”. Em princípio o título deixou os alunos meio curiosos por causa da palavra “sexo” e ao mesmo tempo intrigados em vista das palavras “Código Civil”. Expliquei o título para clarear a proposta da aula: apresentar texto em linguagem diferente do cotidiano do aluno para eles perceberem a necessidade de compreender outras linguagens diferentes. De modo geral, ao final da leitura em voz alta percebi que os alunos não demonstraram o interesse pelo texto em vista da linguagem. Decidi ler o texto novamente, explicando parágrafos por parágrafos, de maneira informal. Essa estratégia funcionou porque despertou a atenção dos educandos. Li cada questão proposta a partir do texto lido, e fomos construindo respostas na sala. Quando partimos para a atividade escrita individualmente – primeiro lancei as perguntas oralmente, depois, as copiei no quadro - os alunos apenas copiaram as questões, mas a maioria não demonstrou habilidade em responder as questões espontaneamente. De modo geral, a partir da minha fala os estudantes entenderam o desafio de aprender palavras novas para melhorar a aprendizagem. Com essa aula, decidi que investirei mais em atividades com uso de dicionário. Os alunos com idade adulta demonstraram maior interesse e compreensão do texto em detrimento dos alunos adolescentes. Para despertar um maior interesse por parte dos mais jovens utilizei uma estratégia diferente a partir do texto, questionando: se aqueles que desejam casar no futuro iriam ou não exigir que o companheiro ou companheira colocassem seu sobrenome e por quê?; Se era certo apenas o homem assumir toda a responsabilidade da família e por quê?”; Se eles conheciam a Lei Maria da Penha?”, entre outras. Não deixei nenhum questionamento em aberto, pois expliquei todas as perguntas que fiz a partir das respostas dos alunos buscando relacionar o texto à sociedade, cultura e língua. Como já havia observado, precisarei elaborar atividades mais especificas para produção escrita e apropriação do sistema de escrita com apoio do dicionário.

Surubim – PE, 05 de março de 2010.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

TP1 - AAA1

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AAA – TP1

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 1 – Linguagem e Cultura
Atividade desenvolvida: AAA - Unidade 01 – Variações Lingüísticas: Dialetos e Registros
Aula 1 – Página 15.
Turma onde a atividade foi realizada: EJA 4 – Turno: Noite
Período: 01 aula
Dias: 04 de março de 2010.

Realizei a atividade do AAA – TP 1 na turma da EJA 4, onde trabalhei Variações Lingüísticas a partir do texto sugerido na Aula 1 – página 15, “A estranha passageira”. Iniciei a atividade apresentando o questionamento sugerido no TP com o objetivo de colher as previsões dos alunos a partir do título. A partir dos questionamentos, os alunos responderam: que a história parecia ser de imaginação. Expliquei superficialmente aos alunos o que significa o termo ficção. Quando perguntei por que será que a passageira era estranha, os alunos responderam que a passageira era diferente. Quando indaguei sobre quem poderia ser ela, os estudantes sugeriram se tratar de alguma pessoa estranha, uma viajante, um animal, uma chuva, uma nuvem. A maioria achou que a passageira era de carro. Os alunos não arriscaram responder quem será o narrador da história. Os educandos acharam que o texto seria de “medo” (terror). Após a leitura do texto em sala, por mim realizada, os alunos gostaram do texto e puderam verificar suas previsões oralmente a partir do quadro com a minha interação. Após relacionar a questão da variação lingüística com o texto, os alunos entenderam o meu objetivo: promover uma reflexão inicial sobre a questão da variação lingüística em sala de aula. Deixei os alunos à vontade para eles tentarem construir textos de caráter cômico. Percebi uma certa dificuldade da maioria em produzir texto de forma autônoma. Assim, autorizei que eles realizassem a atividade em casa com a ajuda de alguém ou de suportes textuais (livros, revistas, etc). Acredito que eles realizarão a atividade para apresentar posteriormente. Considero que a aula foi dinâmica, já que o texto promoveu risos na sala e entendimento da atividade solicitada. Respeito o nível da turma e acredito que um número considerável de alunos irá procurar-me na próxima aula para mostrar que fizeram a atividade, mesmo com um índice considerável de timidez da turma.

É o relatório.

Surubim – PE, 05 de março de 2010.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

06/03/2010

PARA OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO - FREI CANECA E A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA – 1817

FREI CANECA E A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA – 1817

No começo do século XIX, Olinda e Recife, as duas maiores cidades pernambucanas, tinham juntas cerca de 40 000 habitantes (comparados com 60.000 habitantes do Rio de Janeiro, capital da colônia). O porto do Recife escoava a produção de açúcar de centenas de engenhos da Zona da Mata e de algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham participado de diversas lutas libertárias. A primeira e mais importante tinha sido a Insurreição Pernambucana, em 1645. Depois, na Guerra dos Mascates, foi aventada a possibilidade de proclamar a independência de Olinda.
As idéias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambucana, que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as lojas maçônicas. Os objetivos da Revolução Pernambucana eram: a Independência do Brasil e a Proclamação da República. A Revolução Francesa (séc. XVIII) também influenciou esse movimento cujo slogan era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais religiosos e militares, para elaborar planos para a revolução. Causas imediatas:
• Situação da região: presença maciça de portugueses na liderança do governo e na administração pública. Criação de novos impostos por Dom João provocando a insatisfação da população pernambucana.
• Nordeste: grande seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a fome e a miséria; além disso, houve queda na produção do açúcar e do algodão, que sustentavam a economia pernambucana (esses produtos começaram a sofrer concorrência do algodão nos EUA e do açúcar na Jamaica).
• Influências externas: divulgação das ideias liberais e de independência (ideais iluministas), estimulando as camadas populares de Pernambuco na organização do movimento de 1817.
• A crescente pressão dos abolicionistas na Europa vinha criando restrições gradativas ao tráfico de escravos, que se tornavam mão-de-obra cada vez mais cara, já que a escravidão era o motor de toda a economia agrária pernambucana.
Na época, a corte portuguesa encontrava-se instalada no Rio de Janeiro e os gastos eram muito altos, pois vieram juntamente com a Família Real cerca de 15000 pessoas que eram sustentadas pelo governo. A maioria (nobres e funcionários do governo português) passou a ocupar os principais postos na administração (tinham esses cargos somente para receber pagamentos). Havia também os gastos com comidas, roupas, festas, etc. O governador de Pernambuco era obrigado a enviar grandes somas de dinheiro para o Rio de Janeiro e com isso, atrasava o salário dos soldados causando um descontentamento geral no povo brasileiro.
A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817, cujas estrelas representam Paraíba, Ceará e Pernambuco, inspirou a atual bandeira pernambucana. O movimento iniciou com ocupação do Recife, em 6 de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas.
O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se apossaram do tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a República.
Em 29 de março foi convocada uma assembléia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, porém havia liberdade de culto ( o livre exercício de todas as religiões ); foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a escravidão entretanto foi mantida.
À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade.
O interessante é que entre os maçons, a maioria era constituída de padres, originário do foco das idéias liberais: o Seminário de Olinda, fundado pelo bispo D. José da Cunha de Azeredo Coutinho, em 16 de fevereiro de 1800, de onde saíram o padre João Ribeiro, o padre Tenório, padre Venâncio, o padre Miguel Joaquim de Almeida Castro, conhecido como padre Miguelinho e outros. Por causa do grande número de padres maçons e de padres liberais, se dizia que a Revolução de 1817 foi uma Revolução de Padres!
Joaquim da Silva Rabelo, depois Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo, mas popularmente conhecido apenas como Frei Caneca (Recife, 20 de agosto de 1779 — Recife, 13 de janeiro de 1825), foi um religioso e político brasileiro. Esteve implicado na Revolução Pernambucana (1817) e na Confederação do Equador (1824). Como jornalista, esteve à frente do Typhis Pernambucano, um jornal pernambucano criado em 1823.
Ordenou-se em 1801, com a necessária dispensa apostólica de idade pois tinha 22 anos, e passou a ser conhecido como Joaquim do Amor Divino. Frequentava a biblioteca do Seminário e a dos Oratorianos, em Recife, formando a sua notável erudição.
De ideias liberais, partilhava ideias republicanas e frequentou a Academia do Paraíso, um dos centros de reunião daqueles que, influenciados pela Revolução Francesa e pela independência dos EUA, conspiravam contra o jugo português.
Participou ativamente da chamada Revolução Pernambucana (1817), que proclamou uma República e organizou o primeiro governo independente na região. Com a derrota do movimento, foi preso e enviado para Salvador, na Bahia. Ali passou quatro anos detido, dedicando-se à redação de uma gramática da língua portuguesa. Libertado em 1821, no contexto do movimento constitucionalista em Portugal, Frei Caneca voltou a Pernambuco e retomou as atividades políticas.
Foi detido no exercício de suas funções de Secretário das tropas sublevadas, da quais era também orientador espiritual, pelas tropas imperiais a 29 de novembro, sendo conduzido para o Recife.
Em 18 de Dezembro de 1824 ali foi instalada uma comissão militar sob a presidência do coronel Francisco de Lima e Silva (pai do futuro Duque de Caxias) para proceder ao seu julgamento sob a acusação do crime de sedição e rebelião contra as imperiais ordens de sua Majestade Imperial. Com plenos poderes para julgar e condenar sumariamente, o acusado foi condenado à morte por enforcamento. O próprio condenado descreveu o seu julgamento:
"No dia 20 fui eu conduzido perante o assassino tribunal da comissão de que eram membros o general Francisco de Lima e Silva, presidente; juiz relator, Tomás Xavier Garcia de Almeida; e vogais, o coronel de engenharia Salvador José Maciel, o tenente-coronel de caçadores Francisco Vicente Souto; o coronel de caçadores Manuel Antônio Leitão Bandeira; o conde de Escragnolle, que foi o meu interrogante." ("Itinerário", in: Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Coleção Formadores do Brasil, 1994. p. 604)
Nos autos do processo Frei Caneca é indiciado como um dos chefes da rebelião, "escritor de papéis incendiários", sendo os dois outros chefes. Ao todo foram executados onze confederados, dos quais três no Rio de Janeiro. O primeiro deles foi frei Caneca.
A 13 de janeiro de 1825, foi armado o espetáculo do enforcamento diante dos muros do Forte das Cinco Pontas. Despojado do hábito religioso, ou seja, «desautorado das ordens» na igreja do Terço, na forma dos sagrados cânones», ainda assim tendo três carrascos que se recusaram a enforcá-lo. A Comissão Militar ordenou seu arcabuzamento, («visto não poder ser enforcado pela desobediência dos carrascos»), atado a uma das hastes da forca, por um pelotão sob o comando do mesmo oficial. Seu corpo foi colocado junto a uma das portas do templo carmelita, no centro do Recife, sendo recolhido pelos religiosos e enterrado em local até hoje não identificado.

Texto organizado a partir dos sites, em 03 de março de 2010:
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-pernambucana-de-1817
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frei_Caneca