02/01/2010

COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO DE IVANDA MARTINS: “A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: QUAIS OS DESAFIOS DO PROFESSOR?”

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco


COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO DE IVANDA MARTINS: “A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: QUAIS OS DESAFIOS DO PROFESSOR?”


Ivanda Maria Martins Silva é doutora em Letras e professora. Leciona na Faculdade Integrada do Recife (FIR) e é professora colaboradora na UFPE, FAINTVISA, FACHO e FAFIRE. Em seu texto “A literatura no ensino médio: quais os desafios do professor?”, capítulo que integra o livro “Português no ensino médio e formação do professor” ela oportuniza uma breve reflexão sobre como “Leitura da Literatura e Ensino da Literatura” devem estar presentes no ambiente escolar de modo articulado por se apresentarem relacionados entre si. Esse modo deve ocorrer de maneira dinâmica a partir do texto literário para que o aluno possa estabelecer relações interativas com o objetivo de que o estudo se torne significativo. Reconhecendo o texto literário como sendo “plural” é necessário que seja oferecido ao aluno momentos de interação para que seja possível perceber a interação que existe entre a “Literatura e as outras áreas do conhecimento para que “Leitura, Literatura e Interdisciplinaridade” possam estar articuladas desenvolvendo uma compreensão mais critica a partir do texto literário. Para tanto, é necessário ao aluno obter noções prévias sobre intertextualidade, interdisciplinaridade, transversalidade e intersemiose para que ele possa construir uma compreensão crítica a partir dos textos literários que forem oportunizados. A título de exemplo, a autora sugeriu o texto Poema tirado de uma notícia de jornal, de Manuel Bandeira, demonstrando exemplos sobre as noções apresentadas. A autora propôs uma reflexão sobre a “Escolarização da Leitura Literária” chamando a atenção para o fato de que “é necessário que o aluno compreenda a literatura como fenômeno cultural, histórico e social, instrumento político capaz de revelar as contradições e conflitos da realidade”(MARTINS, 2006, p. 90), evitando transformar o texto literário em discurso estático, limitando-se apenas a simples pretexto para questões de análise gramatical, por exemplo. Observou que no tocante a “Literatura e Escola: Relação Marcada por Mitos”, ainda se percebe a presença de alguns mitos – Literatura é muito difícil; É preciso ler obras literárias para escrever bem, e A linguagem literária é marcada pela especificidade – que são capazes de disseminar idéias preconceituosas, contribuindo para a formação de leitores acríticos. No tópico que se refere ao “Ensino da Literatura e Novas Tecnologias: Qual o papel da Escola?” nota-se uma preocupação da autora em vista da postura que o leitor precisaria ter – e não demonstra ter – em relação ao que se lê através das novas tecnologias: e-books, blogs, chats etc, estas formas mais atrativas de comunicação onde de leitor, o indivíduo passa a navegador, e como tal, o dilema se repete quando ele parece perdido em meio a tantos recursos tecnológicos que propagam cada vez mais rápido, informações na mídia eletrônica, provocando, dessa forma, a Escola a desenvolver estratégias ainda mais diversificadas com vistas a preparar melhor, agora o leitor-navegador, que até então, ainda não estava conseguindo sequer observar o que está nas entrelinhas, aquilo que vai além do que não foi dito (escrito), e que seria necessário desenvolver uma leitura mais critica para o que está ocorrendo na sociedade. O texto traz na sequência, uma breve reflexão sobre a “Literatura em sala de aula: sugestões metodológicas” no intento de enfatizar níveis de intertextualidade – Homoautoral; Heteroautoral; Endoliterária e Exoliterária – em decorrência das freqüentes e rápidas mudanças contextuais que são possíveis de trabalhar na escola. Por fim, percebe-se que muito ainda se tem a desbravar para superar os desafios que se encontram no ensino médio quando o assunto é Literatura. Desmistificar (pré)conceitos construídos e mitificados sobre a Literatura; Oportunizar momentos de “leitura por prazer” em detrimento da “leitura obrigatória”; Reavaliar a metodologia aplicada sobre Leitura da Literatura e Ensino da Literatura; Oportunizar o acesso aos textos literários de maneira dinâmica (lúdica), entre outras estratégias são sugestões que o texto apresenta para que o docente possa realizar uma atividade interativa na sala de aula com vistas a aprendizagem significativa e plural que o texto literário é capaz de proporcionar. Surubim – PE, 02 de janeiro de 2010.


REFERÊNCIA

MARTINS, Ivanda. A literatura no ensino médio: quais os desafios do professor? In: Português no ensino médio e formação do professor. Organizadores: Décio Bunzem e Márcia Mendonça. São Paulo: Parábola, 2006, p. 83 – 102.