21/12/2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP5 – ESTILO, COERÊNCIA E COESÃO

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP5 – ESTILO, COERÊNCIA E COESÃO

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 5 – Estilo, Coerência e Coesão
Atividade desenvolvida: Unidade 20 – Relações lógicas no texto – Seção 1 – A lógica do (no) texto – p. 196 e 197
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 02 aulas
Dias: 03 e 07 de dezembro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base nas orientações do material do GESTAR II – TP 5 – Estilo, Coerência e Coesão – Unidade 20 – Relações lógicas no texto – Seção 1 – A lógica do (no) texto – p. 196 e 197. A atividade foi realizada em dois momentos. Inicialmente, expliquei aos alunos a atividade grupal que eles iriam realizar a partir do roteiro proposto na aula. Expliquei a atividade relembrando oralmente o conto “UM APÓLOGO”, de Machado de Assis. Depois, formamos grupos de até 05 alunos para realização da atividade: organizar o conto apresentado a partir de fichas recortadas com o objetivo de verificar se os alunos sabiam ordenar o texto trabalhado em momentos anteriores na sala de aula.
Após distribuir os trechos para eles, observei que eles ficaram conversando inicialmente para relembrar o texto, que todos tinham analisado anteriormente. A partir de então, realizaram a montagem do texto utilizando cola e um dos cadernos do grupo.

No outro dia, realizados a correção geral após leitura do conto em sala, por mim realizada em voz alta e pausadamente para que eles pudessem corrigir a atividade. A maioria dos grupos acertou a montagem. Alguns grupos trocaram a ordem de algumas fichas. Ao final, expliquei aos alunos que quanto mais se lê, maior é a possibilidade de estabelecer relações coerentes na montagem textual.
Os alunos elogiaram a atividade, mesmo com as dificuldades apresentadas por alguns grupos.O trabalho foi bem interessante em vista do resgate que pude obter a partir de um texto trabalhado na sala há alguns meses. Foi possível perceber que quando se trabalha com a atividade de leitura especifica em sala e em momentos previamente planejados, assim como aconteceu quando trabalhamos a leitura do conto “UM APÓLOGO”, de Machado de Assis, é possível garantir que o aluno realmente compreenda e fixe melhor o que foi compartilhado durante a leitura.

É o relatório.

Surubim – PE, 08 de dezembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP5 – ESTILO, COERÊNCIA E COESÃO

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP5 – ESTILO, COERÊNCIA E COESÃO

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 5 – Estilo, Coerência e Coesão
Atividade desenvolvida: Unidade 19 – Coesão Textual – Seção 3 – A progressão textual – p. 162 e 163
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 02 aulas
Dias: 30 de novembro e 01 de dezembro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base nas orientações do material do GESTAR II – TP 5 – Estilo, Coerência e Coesão - Unidade 19 – Coesão Textual – Seção 3 – A progressão textual – p. 162 e 163. O trabalho foi realizado em duas aulas. No primeiro dia, os alunos foram orientados sobre o roteiro da aula: criar uma história a partir de um tema sugerido pela turma. Os alunos escolheram o tema “FÉRIAS” em vista da expectativa que já começavam a apresentar devido à proximidade das mesmas. Formamos um grande circulo na sala; coloquei cinco caixas no centro da sala, as quais continham separadamente os elementos básicos do texto narrativo a partir das perguntas:
a) O que aconteceu? b) Onde aconteceu? c) Quando aconteceu? d) Quem foram os envolvidos? e) Qual foi o desfecho da história? A partir do tema todos os alunos prepararam cinco fichas contendo as respectivas respostas.Depois, eles colocaram os trechos respondidos nas caixas correspondentes.Finalizada essa parte, sacudi cada uma das caixas para os trechos se misturarem ainda mais. Depois, cada aluno foi convidado a retirar um trecho de cada caixa com o objetivo de organizar seu texto de forma coesa e coerente.
A atividade gerou muita expectativa e vontade de montar o texto. A aula já estava seguindo para o final quando os alunos começaram a organizar os textos. Orientem que eles tentassem concluir o texto em casa para avançarmos na próxima aula. Todos concordaram.
No dia seguinte, os alunos apresentaram seus trabalhos. Alguns elogiaram a escrita dos colegas, o que facilitou a montagem do texto individualmente. Outros criticaram algumas palavras que não conseguiram compreender a escrita, mas ao final todos realizaram a atividade. Achei interessante quando um aluno se aproximou para mostrar seu texto nomeando-o: “texto fusionado”. Mesmo tendo compreendido o que ele pretendera, pedi que ele explicasse aos colegas a expressão utilizada: “Ah professor! Isso é um texto fusionado porque eu fiz com a fusão de outros textos que meus colegas escreveram e depois juntei com o meu pensamento, fazendo um texto só.” (aluno Abelardo). De modo geral, a atividade foi muito positiva, pois todos ficaram curiosos para ouvir o texto do outro. Pena que não deu tempo todos lerem os textos. Combinei com eles para num próximo momento, realizarmos uma roda de leitura, em vista do resultado significativo apresentado a partir da atividade realizada.

É o relatório.

Surubim – PE, 02 de dezembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

26/11/2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP4– LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA I

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP4 – Leitura e Processos de escrita I

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 1 – Leitura e Processos de escrita I
Atividade desenvolvida: Unidade 16 – A produção textual – crenças, teoria e fazeres – Seção 1 – Escrita, crenças e teorias
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 02 aulas
Dias: 24 e 25 de novembro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base nas orientações do material do GESTAR II – TP4: Leitura e Processos de escrita I – Unidade 16 – A produção textual – crenças, teoria e fazeres – Seção 1 – Escrita, crenças e teorias. A atividade foi desenvolvida em dois dias.

Inicialmente, conversei com os alunos apresentando o roteiro da aula e explicando como seria a nossa atividade: produção de um texto narrativo a partir de um tema cotidiano. Dei um exemplo pessoal para estimulá-los. Contei-lhes que outro dia estava preparando uma atividade para ser realizada na sala de aula, e de repente quando fui imprimir o material, percebi que a tinta da impressora havia acabado. Já eram quase 18h00 e as lojas já estavam fechando.

Daí, tive que fazer uma maratona para ver se conseguia garantir que a atividade ficasse pronta para ser apresentada no horário planejado. Contei essa história aos alunos procurando provocar certa curiosidade para eles saberem se eu ia conseguir ou não cumprir a tarefa. Todos ficaram atentos ao fato narrado. Finalizada a história, demonstrei o quanto era fácil transformar uma atividade do dia-a-dia em um texto narrativo. Pedi que formassem pequenos grupos para interagirem, permitindo que eles se expressassem espontaneamente.Logo após, pedi que cada aluno escrevesse seu fato cotidiano no caderno e em casa ordenasse o texto para que todos compreendessem o fato narrado. No outro dia, eles trouxeram suas narrativas, formaram grupos novamente para compartilhar.

Antes, que eles compartilhassem as histórias explanei um pouco sobre a COERÊNCIA TEXTUAL afim de que percebessem a importância de relacionar o título com o texto, bem como, a necessidade de se contar uma história de forma ordenada e compreensível.A atividade foi significativa. Logo após, a melhor história escolhida por cada grupo foi contada em sala para que os demais alunos tomassem conhecimento. A atividade foi muito importante porque despertou na turma - e em mim - o interesse em conhecer a história que cada um produziu, estimulando assim a atenção pela "leitura do outro" em sala.

É o relatório.

Surubim – PE, 26 de novembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP4 – Leitura e Processos de escrita I

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP4 – Leitura e Processos de escrita I

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 1 – Leitura e Processos de escrita I
Atividade desenvolvida: Unidade 13 – Leitura, escrita e cultura – Seção 2 – Letramento e diversidade cultural
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 02 aulas
Dias: 19 e 23 de novembro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base nas orientações do material do GESTAR II – TP4: Leitura e Processos de escrita I – Unidade 13 – Leitura, escrita e cultura – Seção 2 – Letramento e diversidade cultural. Aproveitando o evento que a turma participou sobre o "HALLOWEEN" junto ao professor de Língua Estrangeira (Inglês) conversei com os alunos sobre a festa, as brincadeiras que ocorreram durante a mesma, e pedi que escrevessem um texto informativo sobre a festa realizada. No primeiro dia, pedi, que os alunos formassem pequenos grupos para resgatar o que viram na festa, haja vista que o evento havia ocorrido no inicio do mês – há praticamente 15 (quinze) dias – e depois que eles fossem anotando o que fosse possível lembrar, cada um em seu caderno. Alguns dos alunos disseram que iriam conversar com o professor de Língua Estrangeira (Inglês) para “ver se lembravam de mais alguma coisa”. No dia seguinte, solicitei que cada um deles escrevesse um texto informativo, alertando-os para ter o cuidado de possibilitar a outra pessoa que fosse ler a produção textual escrita deles, a compreensão do que é o "Halloween".
A atividade não privilegiou a discussão sobre eventos e formas de funcionamento da cultura local (Brasil), mas foi muito significativa por ter oportunizado aos alunos uma produção de leitura e escrita pautada numa experiência vivida na escola. Assim, foi possível colher o conhecimento prévio a partir da experiência prática deles, permitindo que os mesmos relacionassem o material produzido para a festa, a compreensão das brincadeiras e interpretação dos símbolos à produção da atividade escrita solicitada.Os alunos gostaram da atividade realizada, reagindo de forma interativa para o alcance do objetivo da aula: produção de um texto informativo com base em um tema de outra disciplina.
É o relatório.

Surubim – PE, 24 de novembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

22/11/2009

ANOS VERDES: VERDES ANOS

Finalmente, as férias. Acordei cedo, sabendo que íamos para o Estreito. Rapidamente, comi um pão com manteiga e café, e já estava pronto para ir junto aos trabalhadores, para seguir viagem rumo àquele lugar repleto de árvores frutíferas, riachos e trilhas que permitiam descobertas de lugares cada vez mais fascinantes. Seguimos viagem. Era tempo de manga. Os manguezais estavam repletos de vários tipos: rosa, espada, jasmim. Chegar ali era como ingressar num lugar cheio de curiosidades e fantasias criado com o objetivo de esquecermos o espaço urbano onde eu morava para poder gozar dos prazeres de morar na zona rural. Logo na entrada uma vista jamais esquecida na memória: uma porteira, um caminho repleto de flores, uma pequena ponte, e logo em frente, a casa grande. Descemos do carro. Pai foi conversar com D. Hosana. Dona Hosana nos saudava e logo após dizia:  Zezé, os balaios estão no depósito de banana, mas venha aqui primeiro que preciso conversar com você. Meu pai entrava casa adentro para conversar sobre os negócios e acertar as contas com ela. Eu ficava na varanda da casa, observando aquele lugar. Havia, ali, um local para guardar as frutas que chegavam em seu tempo de colheita. Tudo era incrivelmente fascinante: a casa grande, a casa dos moradores, a casa de farinha, os depósitos com seus guardiões misteriosos (os morcegos e os pardais). Voltei os olhos para casa grande. Fitei a porta principal e fiquei olhando todos os móveis daquela sala. O sofá era muito bonito, parecia de couro. No canto da parede, havia uma peça muito bonita, um armário onde se guardam cristais e outras peças, a cristaleira. Em cima dela, uma jarra para vinho ladeada por pequenos copos sobre uma bandeja de prata. Lembrei-me dos balaios. Segui para o depósito e de lá para o parreiral. Antes de chegar ao meu destino, deparei-me com uma barreira onde em cima havia um grande pé de caju. Ao lado, um viveiro com vários tipos de pássaros. Eram muitos pássaros. Apesar de sempre achá-los muito bonito, percebia que eles perdiam a graça quando presos em uma gaiola, mesmo que ela seja grande ou pequena. Voltei meus olhos, aquele àquele frondoso cajueiro, logo acima da barreira de barro vermelho. Não resisti, subi a barreira e peguei um. Aquele cajueiro possuía cajus amarelos de um sabor incomparável. Ao lado, um pé de sapoti e um de jiló. Na realidade, eu não sabia o que era jiló até aquele dia. No caminho para o parreiral Dona Hosana havia pedido que eu retirasse alguns e levasse para ela na casa grande. Quase esqueci aquele pedido, fascinado com as árvores frutíferas daquele lugar. Os trabalhadores os tiraram para mim e fui levar para ela. No caminho decidi provar um e a partir daquele momento descobri que aquele fruto não era um dos meus prediletos para saborear. Jiló tem sabor amargo. Eu gostava mesmo era de manga, sapoti, jaca, pitanga, jabuticaba, cana-de-açúcar, uva, banana... Aquele lugar reunia, praticamente, todas as culturas agrícolas até então existentes em São Vicente Férrer. Ah, só não tinha umbu, azeitona preta. Estes eu ganhava quando ia para outras localidades, também naquela cidade.
O tempo passou. Crescemos. Sempre que viajo e passo por aqueles ambulantes vendendo frutas, lembro-me de imediato, da minha terra natal. Sempre compro, mas os sabores jamais são os mesmos: cana-de-açúcar, uva, banana. A cidade teve ciclos importantes de se destacar no cultivo dessas três culturas agrícolas dos anos 50 para cá. O café também fez parte da história do Município, o qual entrou em declínio no inicio da década de 60.
Entre as décadas de 70 e 80, praticamente, toda cultura agrícola comercial, era voltada para o cultivo da cana-de-açúcar nas propriedades rurais de São Vicente Férrer. Lembro-me durante os anos 80 – ainda garoto – que nos períodos do corte de cana, depois de irmos a escola, e de realizar as atividades escolares na presença da minha mãe, juntava-me com alguns amigos para irmos aos canaviais localizados perto do centro da cidade. Lá pelas terras de um senhor chamado “Getúlio”. Não era sempre. Minha mãe quase nunca sabia o nosso destino nos finais daquelas tardes. Ela só descobria quando chegávamos com a roupa suja de cana queimada. Reclamava e alertava a todos nós para o perigo que representava se o feitor nos pegasse “fazendo guará”. Ela dizia que dentro dos canaviais havia um bicho parecido com um lobo e que quando havia queimada eles saiam correndo do fogo, prontos para atacar quem aparecesse na frente. Eles eram selvagens. Para mim, o guará que existia era o feitor daqueles canaviais. Nunca me deparei com um deles, mas sempre achei que eles eram como jagunços armados até os dentes e capazes de tudo para defender seus senhores. Mesmo com essas possibilidades, nunca fomos pegos. Valia a pena. No outro dia estava pronto para arriscar novamente. Afinal, não era o ano todo que havia cana-de-açúcar para realizarmos nossas aventuras, sem contar que quando o inverno chegava, aquelas labaredas de fogos – que queimavam a cana-de-açúcar e assustavam os guarás, fazendo chegar em nossas casas aqueles maluguinhos para aperreio das donas de casa – não mais existiam por causa do período da entressafra. Com o tempo, o cultivo da cana-de-açúcar entrou em declínio dando espaço ao surgimento de uma outra cultura agrícola que tomava proporções cada vez maiores naquela cidade: o cultivo da uva preta.
Na década de 80, o cultivo da uva preta estava em ascensão na cidade. Havia muitos plantadores da fruta no Município, localizados principalmente no Estreito, Chã do Esquecido, Açude Novo, e Engenho Cipó Branco. Sempre que podia – porque meus pais sempre priorizaram a educação de seus filhos em detrimento de outras atividades – viajava com meu pai para a zona rural colher uvas. Era interessante, que nas vindas dos parreirais, acontecia algo comigo que só consegui compreender quando adulto: é que eu sempre voltava sonolento dentro da picape que o meu pai transportava a uva da zona rural para a cidade. Apesar de um sabor sem igual, a uva possuía uma substância capaz de nos deixar embriagados em vista da ingestão de cachos e cachos de uva embaixo dos parreirais. Naquela época, eu sequer imaginava o poder que essa fruta exercera desde a Mitologia através de deuses como Baco (ou Dionísio) até os dias atuais, sendo considerada uma fruta exótica e possuidora de várias simbologias presentes em eventos de natureza diversa que vai do sagrado ao profano. Era para mim, um prazer gozar dos prazeres que a uva oferecia em conjunto com as aventuras associadas nas viagens que eu realizava com meu pai quando da colheita da uva em propriedades rurais da cidade. Das viagens, a que eu mais gostava era quando íamos às terras do Sr. Aderaldo, um velho amigo do meu pai e também cultivador da fruta. Quando chegávamos àquela localidade, juntava-me aos filhos de Sr. Aderaldo e de moradores, e invadíamos os parreirais adentro. De lá seguíamos encontrando além da fruta, pés de jabuticaba, barreiros para banharmos, e até anzóis para pescarmos. O tempo passava muito rápido e quando víamos, já era tempo de voltarmos para casa com a picape cheia de balaios e caixotes com uva. De volta à cidade, mais precisamente num depósito localizado no beco do Sr. Ramiro, meu pai, juntamente com os trabalhadores, concluíam o serviço de encaixar e organizar em caminhões a uva que teria como destino comercial seguir para a cidade do Recife, e também para outros estados circunvizinhos. O nome da rua conhecida por todos como “beco do Sr. Ramiro” era Travessa João Pessoa. Sr. Ramiro era um dos moradores mais antigos do local, talvez o primeiro residente, e também o pai de D. Conceição Luna, na época diretora da Escola Estadual na qual eu estudei todo o meu Ensino Fundamental, e alguns anos depois o Habilitação Básica em Agropecuária: Centro de Educação Rural Coronel João Francisco, popularmente conhecido na cidade como o CERU. Meu pai e Sr. Ramiro eram amigos de longas datas. Foi ele uma das pessoas que ajudou meu pai a se estabelecer, cedendo um depósito no início de sua vida profissional para realizar seus trabalhos, e a manter-se no comércio como sendo, o vendedor de uva mais conhecido na cidade. Outro grande amigo que em muito contribuiu em sua história foi o senhor chamado Antonio Campina. Grandes agricultores deram sustentação ao nome do pai, como por exemplo: D. Hosana, Sr. Benigno Moura, Sr. Valdir Cavalcanti, Sr. Bonifácio, Sr. Júlio Alves, entre outros.
Meu pai sempre teve muitos amigos. Até hoje é assim. Ele é uma pessoa muito considerada por todos. Porém, se alguém chegar na cidade procurando pelo Sr. José de Souza Albuquerque, talvez, não o encontre, já que por todos, na cidade ele é conhecido pelo cognome de “Zezé Pão”. Dizem os amigos mais velhos que, ele recebera essa alcunha pelo fato de que quando meninote, ao passar na frente de uma padaria ou venda comum, sempre repetia a expressão “Pai, me dê um pão”. Daí, ser ele conhecido até os dias de hoje, como sendo “Zezé Pão”. Das amizades que ele possui até os dias de hoje, o que eu mais recordo são dois senhores conhecidos pela alcunha de “Quinca Preto” e “Antonio Campina”. Como diz o jargão: “Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”. No caso do meu pai, essa grande mulher é Maria Irene de Albuquerque, segunda esposa do meu pai – ele ficou viúvo do primeiro casamento – e que até hoje é ela quem cuida de todos os assuntos do lar e da família dando-lhe sustentação e apoio em todas as suas decisões. Trata-se de uma mulher de fibra, trabalhadora e merecedora do carinho que todos rendem por ela. Voltemos às uvas... Meu pai realizou aquelas viagens, durante madrugadas e madrugadas partindo para escoar os produtos de sua terra natal naqueles caminhões e garantir o sustento da família. Na época do recesso escolar, era naqueles caminhões que nós seguíamos viajem para passar as férias na casa dos nossos parentes, na capital Recife. Aquele tempo foi muito bom, mas o tempo não pára e nem pode parar. Hoje, meu pai está aposentado. O tempo passa e as coisas mudam, inclusive para fazer surgir outras culturas agrícolas como, a banana.
A economia do Município nos anos 90 estava voltada, ao cultivo da banana pacova, conhecida lingüisticamente como “banana pacovan”. A essa altura o produto estava sendo vendido não só para grandes centros comerciais dentro do Estado, mas também, para diversos centros comerciais de vários estados no país. Esse aumento no cultivo da banana rendeu ao Município o cognome de “Terra da Banana”. Para comemorar o feito, teve início nessa década, a “Festa da Banana”, um evento inusitado para todos que tomou proporções, tornando-se conhecida nacionalmente pela forma exótica dos eventos culturais inseridos na festividade, a exemplo: “a corrida de costas”, “o maior comedor de banana”, entre outros promovidos por artistas da terra e região. De fato, o Município tornou-se conhecido. A festividade tem acontecido a cada ano com suas peculiaridades e proporções. Essa mudança na cultura agrícola surgiu nos anos 90 em São Vicente Férrer, marcando e sendo marcado por vários acontecimentos e transformações tanto no âmbito nacional, como também, conseqüentemente, estadual e municipal.
O país passava por mudanças econômicas e sociais, reflexo talvez, da promulgação da nova Constituição Federal, de 1988. Na educação, mudanças na proposta curricular e metodológica. Mudar era preciso, mudar era necessário. Nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Cazuza, Legião Urbana conquistavam a admiração e a atenção daqueles que procuravam se manter antenados nas mudanças ocorridas no país e na forma como perceber a sociedade na qual estávamos inseridos. Muita coisa acontecia ao mesmo tempo, e nós também tentávamos acompanhar tais mudanças. Cada um a sua maneira, e no seu ritmo, é claro. Eu fiz a minha parte.
O fato é que o tempo não parou. E no tocante à próxima cultura agrícola a surgir em São Vicente Férrer, de fato, não sei, bem como, a mudança que ela realizará ou representará na forma de vida das pessoas que lá residem. Não mais na minha vida, pois não estou mais para acompanhar as possíveis mudanças. Fui agraciado por ter a oportunidade de conhecer novos caminhos que a vida sugere. Ficam, assim, as lembranças alegres, e consideração pelas verdadeiras amizades ali construídas em uma terra que jamais esquecerei: a minha terra natal. Acredito que, assim como as fases pelas quais nosso Município passa para fazer acontecer sua história, o mesmo acontece com a gente. A verdade é que, toda mudança gera uma transformação e que novas decisões precisam ser tomadas para acompanhar o ritmo que a vida apresenta numa sociedade de constantes mudanças, a cada dia, a cada hora, a cada momento.

20/11/2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP1 – Linguagem e Cultura

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP1 – Linguagem e Cultura

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 1 – Linguagem e Cultura
Atividade desenvolvida: Unidade 02 – Variantes lingüísticas: desfazendo equívocos – Seção 3 – Modalidades da língua
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 01 aula
Dias: 12 de novembro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base nas orientações do material do GESTAR II – TP1: Linguagem e Cultura – Unidade 02 – Variantes Lingüísticas: desfazendo equívocos – Seção 3 – Modalidades da língua. Preferi, inicialmente, realizar a atividade “COMO SE COMPORTAR NUM DEBATE”de forma individual escrita, escrevendo as perguntas no quadro para que cada aluno respondesse individualmente.

Depois que eles responderam as questões, sorteei alguns alunos pelo diário para ouvir suas opiniões a respeito das questões apresentadas. De inicio, não expliquei as perguntas com o objetivo de perceber o nível de compreensão dos alunos a partir das mesmas. Todos os alunos se interessaram pela atividade, porém uma quantidade significativa, ou melhor, a maioria deles, pediu que eu explicasse as perguntas 09, 10 e 11 para que eles compreendessem o vocabulário e contextualização a partir das palavras “contradições”, “manipulação”, “inadequações”.

Com esta atividade notei que será necessário um pouco mais de interação com a turma para que possamos realizar a atividade por grupo, para depois realizar a atividade em conjunto. Sugeri que eles conversassem em casa com os pais sobre esta atividade, já que ela pode se estender para os espaços fora da escola também.O “avançando na prática” foi considerado positivo porque eu nunca tinha elaborado questões como aquelas propostas com o objetivo de que os alunos se preparem melhor para atividades grupais, sabendo ouvir mais e respeitar a fala do(a) outro(a). Assim, se tornará possível desenvolver de forma mais participativa o foco principal que é a oralidade alunos, tendo em vista que nessa atividade só consegui ouvir aproximadamente 35% da turma. Mesmo assim foi perceptível um momento de auto-avaliação por parte dos alunos à medida que cada questão estava sendo apresentada pelos colegas sorteados.

É o relatório.

Surubim – PE, 13 de novembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

09/11/2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP3 – Gêneros e Tipos textuais


GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP3 – Gêneros e Tipos textuais

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 3 – Gêneros e Tipos textuais
Atividade desenvolvida: Unidade 10 – Trabalhando com Gêneros Textuais – Seção 1 – Gênero literário e não-literário - p.66-67
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 02 aulas
Dias: 03 e 09 de novembro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base no material do GESTAR II – TP3: Gêneros e Tipos textuais – Unidade 10 – Trabalhando com Gêneros Textuais – Seção 1 – Gênero literário e não-literário, e de textos retirados do jornal, cujos gêneros foram: propagandas de carro, notícias de jornal, horóscopos, indicadores econômicos. Há algumas aulas venho trabalhando na sala as idéias relacionadas ao que vem a ser textos literários e textos não-literários, tendo em vista a complexidade do assunto; e sendo assim pretendo fazer com que os alunos percebam naturalmente, a diferença existente entre os dois textos numa perspectiva de que eles possam diferenciar pelas características comuns o que cada um deles pode apresentar em suas estruturas. Dessa forma, no início da aula, realizei mais uma breve explanação sobre textos literários e não-literários para resgatar algumas aprendizagens compartilhadas em momentos anteriores na sala de aula. Depois, os alunos foram separados em grupos para analisar os textos e identificar as informações, como: de que se trata o texto; gênero; conteúdo; finalidade; quem são os leitores em potencial; a faixa etária a quem se destinam os textos. Após as apresentações das respostas referentes aos gêneros analisados, os alunos foram convidados a refletir qual a diferença entre os gêneros para que eles pudessem reconhecer as características que distinguem um gênero do outro, bem como, se eram ou não literários. No caderno, eles foram convidados a responder as seguintes questões: De onde você acha que foi retirado o texto que está sendo analisado? De que se trata o texto que você está analisando? Qual o gênero que melhor caracteriza o texto que está sendo analisado? O que apresenta o conteúdo do seu texto? Qual a finalidade dele? Quem são os leitores em potencial a que se destina o seu texto? Qual a faixa etária a quem se destina o texto analisado? Você classificaria seu texto como literário ou não-literário? Justifique sua resposta. Tendo em vista que você já trabalhou com textos literários e não-literários, que diferenças você pode observar entre um texto e outro? Cite exemplos para dar sustentação a sua resposta. Que gêneros textuais são mais comuns aos textos literários? Explique sua resposta. Que gêneros textuais são mais comuns aos textos não-literários? Fundamente sua resposta.

No dia seguinte, os grupos foram convidados a apresentar outros gêneros textuais, os quais foram analisados coletivamente com o cuidado de observarmos no texto literário o plano da expressão, sonoridade, jogo de imagens; e no texto não-literário as questões relacionadas as informações presentes com vistas à funcionalidade, utilização. Ao final da atividade, percebi uma melhor segurança dos alunos quanto ao saber diferenciar textos literários e não-literários, tendo em vista que a construção obtida surgiu também a partir de outras atividades anteriores voltadas às analises de gêneros poéticos, as quais contribuíram significativamente para proporcionar uma melhor compreensão dos assuntos estudados a partir dos aspectos comuns a cada um deles.

É o relatório.

Surubim – PE, 10 de novembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

28/10/2009

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP3 – Gêneros e Tipos textuais

GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

AVANÇANDO NA PRÁTICA – TP3 – Gêneros e Tipos textuais

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 3 – Gêneros e Tipos textuais
Atividade desenvolvida: Unidade 10 – Trabalhando com Gêneros Textuais – Seção 2 – O gênero poético
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 02 aulas
Dias: 26 e 27 de outubro de 2009.

O “Avançando na prática” foi realizado com base no material do GESTAR II – TP3: Gêneros e Tipos textuais – Unidade 10 – Trabalhando com Gêneros Textuais – Seção 2 – O gênero poético, e do Suporte Didático (Livro do professor), a partir da letra musicada constante no Livro do aluno, cujo título é “Eduardo e Mônica”, do compositor Renato Russo, integrante do grupo Legião Urbana (p. 156 – 160) e do poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luiz Vaz de Camões (p. 225) no mesmo livro. No primeiro dia, 26/10, a atividade foi desenvolvida de acordo com a orientação proposta no referido TP3: Avançando na prática – Unidade 10 – Seção 2, possibilitando que de forma lúdica, os alunos percebessem que o gênero poético pode estar presente em letras de música, e em poemas que podem fazer parte do cotidiano deles, além do que os gêneros poéticos podem apresentar modalidades distintas, como escrita ou oral, bem como ritmos variados, não só no forró, mas também em outros ritmos musicais, como: rock, romântico, entre outros. O estudo foi realizado da seguinte forma: Apresentação do roteiro: Gêneros poéticos; breve explanação sobre o assunto; Localização dos dois gêneros no livro do aluno; Leiturização dos gêneros; Comentários sobre os gêneros e respectivos autores, onde foi possível perceber que para a cultura musical predominante na sala é o “forró”. Refletimos sobre os autores comentando um pouco da vida e obra deles. Assim, foi possível observar que eles gostaram dos gêneros poéticos apresentados tendo em vista o ritmo, a letra apresentada, a compreensão das formas de expressão, aspectos na construção de sentidos, idéias sugeridas e/ou explícitas, a partir da temática sugerida nos dois textos. A faixa etária dos alunos (entre 11 e 15 anos) não dificultou a compreensão do texto, com exceção das indicações de nomes presentes no texto musical, como: Manuel Bandeira, Bauhaus, Vicent Van Gogh, Mutantes, Caetano Veloso e Rimbaud; e das figuras de linguagem presentes no poema. Para não deixá-los na dúvida, fiz um breve comentário sobre as dúvidas apresentadas. Identificamos os traços lingüísticos na letra musicada “Eduardo e Monica”, onde eles perceberam algumas expressões comuns como “eu não tou legal!”, “birita”, “boyzinho”, a presença de uma linguagem mais aproximada da realidade dos alunos. Os alunos fizeram os registros no caderno do aluno. Após a reflexão e leiturização dos gêneros, apresentei a música para eles ouvirem e depois cantarem coletivamente. Na sequência, comparamos os textos a partir dos aspectos apresentados: TEMA e FORMA (poesia). Sobre o tema, a classe concordou que a temática principal dos dois textos é o AMOR. Depois, identificamos a quem os textos se destinam, onde os alunos afirmaram ser aos leitores jovens porque fala do amor. Alertei-os para o fato de que os adultos e idosos também amam. Do ponto de vista formal (poesia) de imediato eles apontaram que o poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luiz Vaz de Camões melhor caracterizaria a estrutura do poema porque “as estrofes estão mais organizadas” (aluna Girlane). Diante da observação, esclareci que a poesia pode se apresentar em vários aspectos formais e não só “organizada” em versos e estrofes, mas também em versos e estrofes mais ou menos curtos que outros, tendo em vista o estilo que cada poeta escreve. Esclareci que pode haver duas modalidades para o gênero poético, tendo em vista que um poema pode se manifestar apenas de forma escrita, ou oralmente, conforme os dois textos apresentados. Encerramos a nossa atividade avançando na prática, a qual foi muito significativa para esclarecer questões relacionadas ao gênero poético, tendo em vista que o aluno precisa conhecer as modalidades que um mesmo gênero pode manifestar, nesse caso: oral e escrito.

É o relatório.

Surubim – PE, 28 de outubro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

DICAS PARA OS ALUNOS VESTIBULANDOS

Preparamos em nossa ESCOLA ANA FAUSTINA - Surubim - PE, um mural contendo "DICAS PARA O TERCEIRÃO" através de informes publicados na mídia, com destaque às notícias de jornais e dicas divulgadas em sites da Internet. Nosso objetivo é oferecer apoio aos nossos vestibulandos não só na sala de aula, mas também fora dela, divulgando dicas importantes a respeito do ENEM, Vestibulares, Concursos, etc. Publicamos algumas fotos para compartilhar a experiência. Um grande abraço a todos.



25/10/2009

DIA JOSUÉ DE CASTRO NA ESCOLA ANA FAUSTINA












No dia 19 de outubro de 2009, realizamos o "Dia Josué de Castro na Escola", fruto de uma proposta pedagógica desenvolvida com as turmas das 8ªs séries e 2°s anos do Ensino Médio, em vista do Centenário de Nascimento de Josué de Castro, que ocorreu o ano passado (2008), mas está sendo vivenciado em 16 escolas do estado de Pernambuco, entre elas, a ESCOLA ANA FAUSTINA. Os resultados foram realmente muito significativos, motivo pelo qual estou compartilhando algumas fotos do evento realizado na Escola Ana Faustina. Meus sinceros agradecimentos ao Centro Josué de Castro, em Recife, nas pessoas de Nizete e Mercês; à Equipe Gestora da Escola Ana Faustina, na pessoa da Gestora Sônia; às professoras que abraçaram a proposta com muito compromisso: Lucineide e Ivone; aos demais professores que apoiaram o projeto, ao Grêmio Estudantil, na pessoa de Edna; um agradecimento todo especial aos alunos que desenvolveram o projeto nas séries citadas, e também a toda comunidade escolar que direta ou indiretamente contribuiu para o sucesso do evento. Nossa escola está em festa pela brilhante participação de todos que fazem a comunidade escolar Ana Faustina. Muito obrigado mesmo pelo apoio e realização da proposta pedágógica!




O evento foi tão gratificante, que escrevi uma "poesia" inspirado na leitura que fiz do livro "Homens e Caranguejos", do escritor homenageado, Josué de Castro.

JOÃO PAULO, CARANGUEJO
Hidelbrando Lino de Albuquerque

I

Narrar o inarrável
Dizer o indizível
O que se resume ou se propõe sobre uma vida que não foi vivida?
Um mundo que não era mundo?
João Paulo foi homem-menino ou menino-homem?

II

Logo cedo, conheceu as mazelas da vida
A falta de escola,
de um lar,
de um lugar adequado para morar

III

Vivia do que a vida propunha de forma inversa
Se, era de direito a comida,
esta lhe faltava a cada dia.
Se, era para estudar consciente
o que tinha era uma vida inconsequente

IV

As coisas que a vida lhe negara
transformaram-se em um único direito que não lhe foi direito:
uma morte que sequer foi constatada

V

Onde estaria João e
para onde ele poderia ter ido morando onde morava?
Não, não havia local, não havia lugar, não havia nada.
Vida, fome, morte, seca.

VI

Alegrias?
Tristezas?
Quem sabe?
Quem dera saber?
João Paulo era.
Não foi.
Ou foi?







Decidi publicar, abaixo, a Proposta Pedagógica com o intuito de compartilhá-la com aqueles(as) que se sentirem interessados em desenvolver a idéia em seus ambientes de aprendizagem, a qual foi aprovada pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, em parceria com o Centro Josué de Castro.

ESCOLA ANA FAUSTINA
Rua Agamenon Magalhães, 279 – Centro
Surubim – PE
CEP: 55.750 – 000
Telefone: 81 3634.1939

PROPOSTA PEDAGÓGICA

Tema
O Centenário de Josué de Castro – Vida e Obra

Tema relacionado
A crítica de valores sociais na obra “Homens e caranguejos”, de Josué de Castro


Objetivo geral

Tornar perceptível a crítica de valores sociais como discurso em favor de classes menos privilegiadas a partir da obra “Homens e caranguejos” do escritor Josué de Castro.


Objetivos específicos

• Tomar conhecimento sobre a vida e obra de Josué de Castro;

• Tornar perceptível a importância da literatura como possibilidade de discurso em favor de classes menos privilegiadas;

• Estabelecer relações entre o conteúdo literário e o contexto social da obra “Homens e caranguejos”;

• Refletir acerca das ações promovidas por esferas públicas como resultados da contribuição de Josué de Castro em favor dos menos favorecidos;

• Sensibilizar o aluno sobre a questão social dos menos favorecidos na sociedade numa perspectiva de inclusão social;

• Divulgar o centenário de nascimento de Josué de Castro;

• Estimular a pesquisa em obras de autoria de Josué de Castro.


Justificativa

A proposta pedagógica se justifica em vista da oportunidade que apresenta em poder oportunizar o conhecimento sobre a vida e obra de um grande homem público e escritor – Josué de Castro – que em muito colaborou para melhorar a condição de vida dos menos favorecidos através de ações sociais reconhecidas internacionalmente, que se utilizou também de um discurso literário que se mantém firme e que serve como referência para promover uma reflexão acerca de temas, como “a fome e a miséria” em uma sociedade que precisa constantemente ser transformada para oferecer melhores condições de vida àqueles que ainda encontram-se à margem da sociedade.



Atividades a serem desenvolvidas

• Sondagem para colher o conhecimento prévio dos alunos;
• Explanação sobre a vida e obra de Josué de Castro;
• Explicação sobre a função da literatura como possibilidade de reflexão sobre a crítica de valores sociais;
• Explanação do assunto relacionando a obra ao escritor;
• Leitura individual
• Leitura em grupo
• Roda de leitura;
• Visitas ao laboratório de informática;
• Visita à biblioteca
• Discussões específicas acerca das pessoas menos privilegiadas na sociedade;
• Conversa informal
• Trabalhos em grupo
• Produções escritas
• Mini-seminário

Formas de avaliação

A forma de avaliação será processual mediante:
• Participação em sala;
• Participação nas atividades;
• Produção de cartazes;
• Elaboração de Pesquisa Bibliográfica


Apresentação dos resultados

• Reconhecimento sobre a importância da vida e obra de Josué de Castro;
• Compreensão de significados possíveis existentes envolvendo a crítica social e o texto literário;
• Percepção dos alunos acerca de temáticas sociais
• Percepção dos alunos acerca do texto literário
• Questionamentos orais respondidos
• Questionamentos escritos respondidos
• Cartazes elaborados
• Pesquisa bibliográfica

Público

Alunos e professores de 8ª série do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio.



Sônia Maria da Silva Barbosa
Gestora da Escola


Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor responsável pela Proposta Pedagógica

16/09/2009

RELATÓRIO DA ATIVIDADE – TP3 – Gêneros e Tipos textuais


GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

RELATÓRIO DA ATIVIDADE – TP3 – Gêneros e Tipos textuais

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 3 – Gêneros e Tipos textuais
Atividade desenvolvida: Unidade 11 – Tipos Textuais – Aula 4: Identificando a mistura de tipos textuais
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 03 aulas
Dias: 10, 14 e 15 de setembro de 2009.
Objetivo: Auxiliar os alunos a perceberem sequências narrativas e descritivas no mesmo texto.


A atividade foi desenvolvida com base no material do GESTAR II – TP3: Gêneros e Tipos textuais – Unidade 11: Tipos Textuais – Aula 4: Identificando a mistura de tipos textuais. Como havia trabalhado com “Contos” aproveitei a atividade apresentada com o objetivo de alcançar o objetivo proposto: Auxiliar os alunos a perceberem sequências narrativas e descritivas no mesmo texto. No dia 10 de setembro, realizei a entrega do material xerocado, lembrando aos alunos que essa era mais uma tarefa do curso que estou participando, o GESTAR. Após a entrega, solicitei uma leitura prévia onde foi possível perceber que os alunos necessitariam de maior apoio para compreender o “Conto de Natal”. Então, fiz uma leitura em voz alta para eles ouvirem intercalando em cada oportunidade pistas para os alunos fazerem referência ao texto bíblico. Depois, convidei os alunos a lerem novamente o texto de forma individual e silenciosa. Depois, realizamos uma leitura coletiva. Ao final da leitura, um aluno levantou o braço e disse: “Esse é um texto do nascimento de Jesus só que como se fosse hoje não é professor? Mas as coisas estão muito diferentes nesse texto.” (Kelvin). Concordei com ele, e em vista do horário, pedi que eles tentassem responder as questões em casa para na próxima aula corrigirmos juntos. No dia 14 do mesmo mês, pedi para os alunos apresentarem a atividade entregue na aula anterior. Retomamos a atividade realizando uma leitura coletiva. Depois comentei rapidamente quem foi Mário de Andrade. Iniciei com eles a correção das questões de forma oral, sempre interagindo e auxiliando os alunos no objetivo esperado. A atividade não foi concluída no mesmo dia diante da dificuldade de elaborar as respostas de acordo com o que se esperava nas questões propostas. No dia seguinte, 15 de setembro, finalizamos a atividade em sala. Todos entregaram as atividades depois de fazer uma explanação geral do que foi estudado. Montamos o varal, tiramos algumas fotos para registro. Perguntei se eles gostaram da atividade, os quais afirmaram que sim, mas que tiveram dificuldade para responder sozinhos diante dos questionamentos apresentados, bem como, da estrutura do texto “Conto de Natal”. Orientei que os alunos se dedicassem um pouco mais na leitura para melhorar cada vez mais a compreensão de diferentes textos como esse que acabamos de estudar, o qual apresenta duas sequências diferenciadas, mesmo prevalecendo uma, a sequência narrativa, por se tratar de um Conto. Alertei os alunos para o fato de também existirem textos onde características descritivas podem prevalecer. A atividade desenvolvida foi interessante, mesmo exigindo um pouco mais de atenção dos alunos, bem como, estabelecer relação com o texto bíblico; lembrar de outros poemas sobre o Natal; perceber a mistura dos textos pela estrutura apresentada. A turma foi avaliada pela participação e efetivação das respostas nos questionamentos, bem como, na leitura realizada em sala de aula: silenciosa e coletiva. Como ponto de reflexão, mesmo tendo oportunizado em momentos anteriores, o acesso a livro de Contos escolhidos por eles mesmos, percebi a necessidade de desenvolver mais atividades com objetivo de realizar análise coletiva a partir de um único conto com o objetivo de sistematizar melhor as interpretações realizadas.
É o relatório.

Surubim – PE, 16 de setembro de 2009.


Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

13/09/2009

RELATÓRIO DA ATIVIDADE – TP4 – Leituras e Processos de Escrita I


GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

RELATÓRIO DA ATIVIDADE – TP4 – Leituras e Processos de Escrita I

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 4 – Leitura e Processos de Escrita I
Atividade desenvolvida: Unidade 16 – A Produção Textual: crenças, teorias e fazeres – Aula 4: Causos coletivos
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 03 aulas
Dias: 01, 03 e 08 de setembro de 2009.
Objetivo: Perceber a escrita como prática comunicativa.


A atividade foi desenvolvida com base no material do GESTAR II – TP4: Leitura e Processos de Escritas I – Unidade 16: A Produção Textual: crenças, teorias e fazeres – Aula 04: Causos coletivos. Decidi aproveitar o conteúdo que acabara de estudar com os alunos (Contos), e tentei fazer uma adaptação para aplicar essa atividade. Ao invés de trabalhar o texto sugerido “A Providência Divina”, optei por formar grupos de contos afins lidos anteriormente pelos alunos contendo entre quatro (04) e cinco (05) alunos, e realizei a atividade coletivamente. Os contos trabalhados foram: “Um apólogo”, de Machado de Assis; “O vaqueiro que não sabia mentir”, de Ricardo Azevedo; “Minhas férias, pula uma linha, parágrafo”, de Christiane Gribel; “Tampinha”, de Ângela Lago; “A princesa que se perdeu na floresta”, de Ricardo Azevedo; “Negrinho do Pastoreio”, de Moacyr Scliar, e “Pipi”, de Artur Azevedo. O objetivo proposto foi: Perceber a escrita como prática comunicativa” a partir de um texto já conhecido por eles, e que serviria de base para eles exercerem a prática comunicativa se preparando para contar aos colegas o conto deles só que seguindo a sequência dos dedos: O quê? Quem? Quando? Onde? Por quê?, e Como? Inicialmente, no dia 01 de setembro, eles se agruparam por contos afins. Depois pedi que eles conversassem entre si sobre o mesmo conto que leram. A atividade foi um pouco barulhenta em vista da conversação em sala, mas tudo correu bem. Depois de alguns minutos, entrei uma xerox contendo uma mão e no verso a atividade solicitada: Depois do roteiro que você rascunhou a partir da sua “mão”, inicie a sua estória. Eles começaram a montar o roteiro respondendo as perguntas propostas em cada dedo e no centro da “mão”. Alguns alunos, mesmo em grupo, apresentaram dificuldade em responder ao que se pedia. Daí, foi necessário orientar as respostas junto com eles. Na outra aula, dia 03 de setembro, finalizamos a atividade em grupo. Depois, pedi que eles voltassem as suas posições e distribui mais uma vez, a mesma xerox para eles escreverem a atividade individualmente. A aula terminou, e foi necessário eles levarem a atividade para apresentarem na próxima aula. No próximo encontro, dia 08 de setembro, eles apresentaram as atividades. Alguns alunos leram suas produções na sala, por sorteio de nome no diário; realizei os comentários sobre as produções apresentadas, depois, pedi que eles guardassem para em momentos futuros colocarmos tudo em um varal de atividades, juntamente com outro exercício que estava previsto para acontecer na sala. Como questão para refletir, percebi que alguns alunos ainda estão com dificuldade de organizar as idéias textuais, bem como, escreverem espontaneamente. Mesmo assim, continuarei perseverando para que eles a cada dia possam evoluir com a habilidade do saber organizar as idéias, percebendo a escrita como prática comunicativa.
É o relatório.

Surubim – PE, 09 de setembro de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

11/08/2009

RELATORIO DE ATIVIDADES - TP3 - GÊNEROS TEXTUAIS


GESTAR II
Programa Gestão de Aprendizagem Escolar
GRE Vale do Capibaribe – Limoeiro – PE
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Governo do Estado de Pernambuco

RELATÓRIO DA ATIVIDADE – TP3 – Gêneros e Tipos textuais

Formadora: Maria José de Barros
Professor formando: Hidelbrando Lino de Albuquerque
Escola/Município: Escola Ana Faustina – Surubim – Pernambuco.
Fascículo / Tema: TP 3 – Gêneros e Tipos textuais
Atividade desenvolvida: Unidade 11 – Tipos Textuais – Aula 5: Criando textos descritivos
Turma onde a atividade foi realizada: 6ª C – Turno: Tarde
Período: 03 aulas
Dias: 27,28 e 30 de julho de 2009.
Objetivo: Produzir textos descritivos caracterizando a seqüência tipológica com o uso de adjetivos e informações descritivas.



A atividade foi desenvolvida com base no material do GESTAR II – TP3: Gêneros e Tipos textuais – Unidade 11: Tipos Textuais – Aula 5: Criando textos descritivos. Iniciei a aula fazendo um resgate sobre o estudo dos Adjetivos e dos Tipos Textuais: Narração e Descrição que já havíamos estudado anteriormente. Distribui o material xerocado para os alunos lerem a atividade proposta. Depois, informei qual era o objetivo da atividade apresentada. Após a leitura da proposta, os alunos decidiram que desejariam realizá-la em forma de jogo, cujo tema foi “Jogo de Adivinhação”. Democraticamente, escolhemos o título: Quem sou eu? Tente adivinhar! Em seguida, expliquei sobre a estrutura do texto que iríamos preparar com o objetivo de que os alunos soubessem produzir textos descritivos caracterizando a seqüência tipológica com o uso de adjetivos e informações descritivas. Na oportunidade, outros objetivos específicos foram surgindo, como por exemplo: Diferenciar características físicas e psicológicas; Flexionar os gêneros usando os adjetivos; Tornar reconhecível a estrutura do texto descritivo a partir dos recursos presentes na construção da tipologia textual; Oportunizar momentos de interação através de atividade lúdica contextualizada. No primeiro dia, 27/07/2009, os alunos foram orientados sobre como fazer a atividade após interação sobre como a atividade seria desenvolvida. Eles iniciaram os trabalhos utilizando o caderno como rascunho após a orientação apresentada. No segundo dia, 28/07/2009, após as correções gerais e esclarecimentos apresentados, os alunos passarem a atividade a limpo, na folha que cada um deles recebeu. Ao final da atividade, a folha foi devolvida para eu realizar a análise dos textos produzidos pelos alunos. No terceiro dia, 30/07/2009, realizamos o jogo de adivinhação na sala de aula. A atividade gerou descontração em vista da forma como eles participaram ativamente da brincadeira que eles mesmos produziram. A avaliação sobre a atividade proposta foi realizada de maneira processual envolvendo inclusive a opinião dos alunos acerca da atividade realizada, os quais consideraram que “a atividade foi muito importante para a gente aprender mais e brincando”. Como ponto de reflexão, percebi a necessidade desenvolver mais atividades com o apoio do dicionário, visando melhorar a ortografia de palavras escritas de forma errada por alguns alunos quando da construção dos textos, mesmo depois das correções realizadas em sala anteriormente. De maneira geral, os resultados foram muito significativos para a nossa aprendizagem.

É o relatório.

Surubim – PE, 31 de julho de 2009.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Professor formando

08/08/2009

MEMORIAL

“DE COMO TIVE ACESSO À LEITURA E A ESCRITA”
Foi em São Vicente Férrer, cidade do interior do estado de Pernambuco, que eu, Hidelbrando Lino de Albuquerque, nasci. De um número de cinco irmãos: dois homens e três mulheres, afora uma que Deus levou antes de completar um ano de idade, eu fui o segundo filho. Vivi minha infância como criança mesmo, de acordo com os versos do poema “Meus oito anos”, do poeta Casimiro de Abreu. Naquela época fazia tudo sem preocupar-me com o futuro. No entanto, quando completara cinco (05) anos já dava sinal de que meu caminho era realmente a Escola. Meu irmão mais velho saía de casa para a escola, e eu ficava em casa chorando e querendo ir com ele. Fazer o quê? sabe Deus. Até então, eu ainda não tinha noção do quanto o mundo da leitura e da escrita se tornariam fascinantes para mim. Completei meus seis anos e fui direto para a primeira série no Centro de Educação Rural Coronel João Francisco – CERu, na mesma cidade onde nasci. Lá, estudei a primeira e segunda série do Ensino Fundamental com a professora (tia) Arabela, e as séries seguintes: terceira e quarta, com a professora (tia) Lineide. Com dez anos estava na quinta (5ª) série. Todos os professores que tive foram importantes para mim. Cada um com sua contribuição para a minha formação. Destaco o nome de três deles em lembrança e representação de todos eles: D. Juraci – Língua Portuguesa; D. Mirandolina – Matemática, e o professor João Barbosa – Inglês. Meus pais apenas possuíam o Ensino Fundamental incompleto, mas foram eles basilares em minha formação escolar. Minha mãe me apoiava em todas as atividades escolares. Meu pai também colaborava nas contas da Matemática. Ah, meu pai também era muito bom em Matemática. Nas atividades quando tinha alguma dúvida, minha mãe me ajudava. Lembro bem daquela mesa grande onde sentávamos, eu e minha mãe, para colocar as atividades em dia depois do almoço. Eu estudava no primeiro turno: manhã. Até a oitava série no Ensino Fundamental, conseguia boas notas e a palavra “recuperação” não fazia parte do meu histórico escolar. Retomando o espaço onde comecei meus estudos, o CERu, recordo que algumas vezes visitávamos a biblioteca e aquele lugar era para mim um universo à parte naquele ambiente escolar. Aquele local me fascinava. O lugar exercia sobre mim um força que eu não sabia explicar. Era mágico ficar olhando todos aqueles livros dispostos e em ordem naquele lugar. Sempre que brincava de esconde-esconde com meus colegas, o lugar que eu usava como esconderijo era a biblioteca. Lá eu me sentia protegido, e lá ninguém conseguia me encontrar mesmo. Durante um tempo eu ficava ali, num cantinho olhando todos aqueles livros que eram para mim guardiães com suas fronteiras capazes de proteger-me de tudo e de todos. Agora percebo aquela metáfora que a vida preparava para mim. Fui aluno colaborador por vários anos naquele Educandário. Durante toda a minha vida naquela escola, era a biblioteca, o local que despertava maior curiosidade. Aqueles globos que eu não entendia para que serviam, réguas gigantes de várias formas, livros com capas bonitas, coleções e coleções da BARSA, livros de histórias que só mais tarde eu pude descobrir que poderia pegar emprestado, enfim. Li alguns deles. O que mais chamava a minha atenção era um que explicava tudo sobre os “Símbolos Nacionais”: a bandeira, o brasão... Foi o conhecimento sobre os símbolos nacionais que fez com que eu conseguisse vencer uma Gincana Cívica, com perguntas e respostas sobre o Brasil. O evento aconteceu no dia 07 de setembro de 1983 onde competi com alunos de todas as séries e turnos que estudavam naquele Educandário. Na época, namorava uma garota que antes da competição chegara para mim e afirmara que eu seria o vencedor daquele jogo. Lembro que o prêmio para o vencedor era um vinil de “Selva de Pedra”, novela de sucesso para a época. Aquele presente eu repassei de imediato para aquela que previra a minha vitória. Sobre este assunto, passemos esta parte. O tempo passa e os olhares são outros. Olhares mais atentos. Retomando a biblioteca como eixo das minhas memórias, reconheço que aquela vontade de ficar ali ficou gravada em minha memória, acompanhando-me a cada momento que passo em frente de uma livraria, ou mesmo vendo outra pessoa com um livro na mão, pois não resisto e acabo entrando para conhecer livros novos ou perguntando ao proprietário do livro qual o título ou mesmo o autor. Lembro que por trás daquela biblioteca havia no chão uma bandeira nacional construída em alvenaria que era retocada anualmente para não perder sua beleza... Creio que ela ainda existe naquele local. Da parte de acesso à leitura e a escrita sempre tirava notas boas, mas não me recordo de uma atividade de leitura ou escrita que marcara meus estudos. Mas lembro de todos os professores que tive contribuindo para me educar cada um a sua maneira. Todos eles conseguiram. Inclusive, meus pais. Com o apoio dos dois: José de Souza Albuquerque e Maria Irene de Albuquerque, eu tive a oportunidade de ter acesso à “leitura e escrita no mundo”. Meu pai comercializava frutas para outras cidades e estados, e junto com ele eu dava início – sem perceber – a uma viagem em busca de novas leituras que eram oportunizadas através de idas e vindas à zona rural e a zona urbana. Aquela experiência para mim era os meus primeiros passos para a leitura do mundo que eu podia alcançar através da cabine da picape do meu pai e dos caminhões que o transportava para escoar as frutas que ele comercializava. Nos tempos de férias, foi naquelas viagens que comecei a perceber que havia outras cidades além da minha terra natal, e que a “capital” – naquela época não sabia de qual Estado - era referência para a cidade chamada Recife. Com o meu pai, conheci vários lugares, várias pessoas... “coisas no mundo...”. Falando sobre leitura e escrita, lembro bem, neste momento, de um amigo que o meu pai tinha de nome Sr. Moacir, que era dono de um grande centro comercial de frutas na CEASA Recife, onde havia na entrada daquele local um grande letreiro com o nome “Casa das frutas”. Naquele letreiro, o que mais me chamava atenção era o conjunto de frutas desenhado junto àquela fachada de entrada da loja. Havia maçãs, uvas, laranja, entre outras, que davam um contorno ao nome do comércio, de forma que quem por ali passava se sentia logo convidado a entrar para comprar frutas. Com a minha mãe, os primeiros contatos com a leitura deram-se através dos quitutes (pastéis, bolos, tapiocas, etc.) que ela fazia para eu vender aos sábados ou domingos pelas ruas da cidade. Aquela oportunidade contribuiu para que eu tivesse uma melhor percepção sobre como tratar as pessoas que compravam os salgados, sem contar com as operações básicas da Matemática que eu fazia cada vez mais rápido e seguro, já que ao final do dia, o lucro era certo, após a prestação de contas a minha mãe. Relembro a preparação prévia que ela me dava antes de sair às ruas, orientando sempre para tratar bem as pessoas, tendo em vista que o mundo era cheio de surpresas e isso exigia uma leitura de mundo, também. Ela também me apoiava nas aulas do catecismo que eu participava com D. Conceição. Em minha memória, ficaram gravadas várias histórias sobre o Novo Testamento. Eu sabia de todas aquelas histórias “de cor e salteado”, pois minha mãe pedia para eu ler para ela antes de ir ao catecismo. A essa altura, eu já trabalhava na feira, vendendo roupas nos dias de sábado, com uma senhora que se chamava D. Dora, a qual Deus já levou. Nunca deixei meus compromissos de lado. Estudos e curiosidades caminhavam juntos à minha vontade de descobrir novos mundos que se abriam a cada descoberta. Graças as minhas boas notas no colégio, fui selecionado para entrar como menor aprendiz no Banco do Brasil no mesmo município que residia. Com o dinheiro, ajudava em casa, e ainda sobrava para investir em meus estudos. Cursei apenas o primeiro ano do Ensino Médio no CERu, com o curso Habilitação Básica em Agropecuária. No segundo ano, decidi que ia fazer um curso de Técnico em Contabilidade para aprimorar meus estudos por estar trabalhando com números em uma agência bancária. Pedi transferência para estudar no Colégio Timbaubense, na cidade de Timbaúba, a vinte e oito (28) quilômetros do meu Município. Em vista de problemas como transporte, no ano seguinte, ano de conclusão do curso que estudara tive que pedir transferência novamente para ir concluir o curso Técnico em Contabilidade, na cidade vizinha de nome Macaparana, agora, a quinze minutos da minha terra natal. Lá, tive a oportunidade de conhecer um pouco dos estudos sobre literatura com a professora Tereza. Conclui o curso técnico. Em São Vicente Férrer, decidi dar continuidade ao curso de Habilitação Básica em Agropecuária e conclui em 1993. Neste mesmo ano, meu contrato com o banco expirou. Nesta mesma época, em 08 de agosto iniciei o “Curso de Letras com Habilitação em Português, Inglês e outras Literaturas”, pela Universidade de Pernambuco, na Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata – FFPNM. O meio universitário é muito diferente das séries que até então estudara. Foi com a professora Avanilda, da disciplina Literatura Brasileira, que tive a oportunidade de conhecer um pouco sobre o vasto mundo literário. Foi com ela que conheci a obra “Ciranda de Pedras”, de Lygia Fagundes Teles; Dom Casmurro, de Machado de Assis, e outras obras que foram se apresentando para o meu mundo da leitura. Naquele momento, ainda não havia despertado para o mundo da escrita... parece que tive mais oportunidade de ler de que escrever. Conclui o curso em 08 de agosto de 1998 com a vontade de continuar nos estudos literários. O desejo ficou guardado tendo em vista que no ano seguinte iniciei um curso de “Administração de Empresas” na cidade de Timbaúba. Cursei por dois anos, mas os reveses da vida fizeram com que eu parasse o curso e seguisse para Recife. Procurando preparar-me melhor para desenvolver minhas habilidades profissionais no campo da contabilidade, passei alguns anos fazendo cursos de atualização apenas na área financeira, mas sempre que podia estava lendo textos literários, só por deleite mesmo. Alguns anos depois, 2002, na cidade de Casinhas, interior pernambucano comecei a prestar assessoria contábil junto com a contadora do Município, e como possuía licenciatura, prestei concurso e aprovado, comecei a lecionar no mesmo Município. Durante o ano de 2003 participei como cursista, no Programa de Formação de Alfabetizadores – PROFA, lecionando nas quintas e sextas séries do Ensino Fundamental. No ano de 2004, Deus concretizou um sonho muito especial: confirmar meus votos matrimoniais com uma mulher muito especial em minha vida: Gilderlane. No mesmo ano, participei de uma seleção para cursar Pós-Graduação em “Literatura e Estudos Culturais” pela Universidade Estadual da Paraíba. Fui classificado e conclui o curso no ano seguinte 2005. Durante o curso aprendi muito com os colegas, especialistas, mestres e doutores em Literatura, profissionais capazes de transformar meus poucos conhecimentos em um vasto caminho que a Literatura possibilita para aqueles que a procuram como atividade discursiva, e também para deleite, é claro! Inúmeras são as funções da Literatura na vida do ser humano! Percebi e constatei o Estudo Literário pode ser considerado como um eixo norteador capaz de abarcar várias disciplinas por sua profundidade literária. A partir da Literatura compreendi com mais facilidade questões até então obscuras dentro da Gramática, da Redação, enfim. A literatura possibilitou um novo olhar sobre grande parte dos Estudos Lingüísticos, sem que em nenhum momento, estes perdessem o seu valor. No ano de 2006 participei do “Pró-Letramento” pela Universidade Federal de Pernambuco, com a formadora Kátia Melo. Com ela aprendi mais sobre a “Psicogênese da Escrita” e da importância que devemos dar ao trabalho com “Gêneros textuais” em sala de aula. No mesmo ano, tive a oportunidade de formar sessenta e dois (62) professores da rede municipal de ensino de Casinhas, compartilhando com eles e aprendendo cada vez mais o quanto é importante refletir sobre a prática docente em sala de aula. Foi uma experiência muito enriquecedora, e hoje, nossos laços de amizades estão bem mais fortalecidos. No dia 16 de junho de 2006 tomei posse como Professor do Estado de Pernambuco, lecionando na Escola Ana Faustina, na cidade de Surubim. Iniciei o ano de 2007, participando de um curso de formação de “Prevenção contra o uso de drogas na Escola”, pela Universidade de Brasília – UNB. No mesmo período, assumi a tutoria presencial do “Curso de Pedagogia” pela EADCON/FAEL/UNITINS – Turma 2007, compartilhando de uma experiência ímpar em minha vida, que é poder aprender um pouco mais sobre o processo de ensino-aprendizagem a partir da Educação Infantil e das séries do Ensino Fundamental. No segundo semestre de 2007, iniciei um curso de Inglês pelo Núcleo de Estudos de Línguas – NEL, da Escola Severino Farias, em Surubim – PE. No dia 13 de agosto de 2008, fui nomeado pela segunda vez como Professor no Estado pernambucano, para a mesma escola que já estava lecionando. Em 2009, mais dois (02) cursos de formação têm surgido para melhorar a minha prática docente: o GDE – Gênero e Diversidade na Escola, pela Universidade Federal de Pernambuco, o GESTAR II, pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Durante os últimos anos tenho procurado escrever artigos literários acerca do ambiente escolar e social tomando por base o texto literário em sua riqueza plurissignificativa, participando de eventos nacionais, como o Colóquio de Representação de Gêneros e de Sexualidade, pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB. Atualmente, estou lecionando as disciplinas: Literatura, Português e Inglês em séries do Ensino Fundamental e Médio. E como dizia Proust em uma expressão que atualmente se tornou jargão “recordar é viver”, e nesse sentido, sem melancolias, sem saudades, apenas como lembranças de um tempo que ficou no passado, mas que foi de grande importância para a minha vida, para a minha formação: “Oh ! que saudades que eu tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais !/ Que amor, que sonhos, que flores, / Naquelas tardes fagueiras / À sombra das bananeiras,/ Debaixo dos laranjais !/ Como são belos os dias / Do despontar da existência ! / - Respira a alma inocência / Como perfumes a flor; (Meus oito anos – Casimiro de Abreu). Hoje, a humanidade caminha para cada vez mais descobrir que “É livre quem deixou de ser escravo de si mesmo” (Sêneca). Espero em minhas memórias ter conseguido mostrar a você leitor (a) que ter acesso à leitura e a escrita é como viver. A gente vai obtendo um pouquinho de experiência a cada dia que se vive, relatando pouco a pouco o que acontece com a gente, e finalmente, é importante lembrar que temos muito a aprender enquanto se vive.

Hidelbrando Lino de Albuquerque
Surubim – PE, 25 de julho de 2009.